Mercado aguarda repactuação de Viracopos e Galeão enquanto projetos de concessões portuárias avançam
O Brasil avançou no modelo de concessões aeroportuárias, com 59 aeroportos operados por empresas privadas, responsáveis por 89% da movimentação de passageiros domésticos e 98% do transporte de cargas. Embora esse número represente uma conquista importante para a infraestrutura de transporte aéreo, ainda há oportunidades a serem exploradas, especialmente na aviação regional. Com menor potencial econômico, esse segmento enfrenta desafios para a integração nacional, que são essenciais para conectar regiões menos acessíveis e fortalecer a malha aérea do país.
Apesar dos avanços, o mercado aguarda com expectativa a repactuação de dois grandes aeroportos: Viracopos e RioGaleão. Esses terminais estão passando por processos de reequilíbrio financeiro e contratual, e o desfecho dessas negociações será decisivo para o futuro das concessões. A conclusão da repactuação ainda não tem uma data definida, mas é um tema chave no setor, visto que impacta diretamente a competitividade dos aeroportos no contexto nacional e internacional.
O desenvolvimento da infraestrutura aeroportuária é um fator estratégico para a competitividade do Brasil. Uma rede aeroportuária eficiente contribui não só para o turismo, mas também para o transporte de cargas e conexões físicas entre Norte a Sul do País. Atualmente há ainda muito espaço para crescimento e modernização, e as concessões desempenham papel central nesse processo.
Além do setor aéreo, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR) também está conduzindo importantes projetos de concessão no setor portuário, com previsões de investimentos bilionários. Entre 2024 e 2026, o setor portuário contará com novos terminais e concessões que devem atrair cerca de R$ 14,5 bilhões em aportes. Esses projetos visam a modernização e expansão da infraestrutura de terminais e canais de acesso aos portos, como os de Santos, Rio Grande e Itajaí. O leilão desses ativos deverá ocorrer até o primeiro semestre de 2025.
Esse cenário reflete a crescente confiança do governo na parceria com o setor privado para o desenvolvimento da infraestrutura logística do Brasil. Ao promover a integração entre modais de transporte, como aeroportos e portos, o país poderá avançar na cadeia logística, fortalecendo o comércio internacional e criando novas oportunidades de desenvolvimento regional.
O tema das concessões aeroportuárias e os desafios para a integração regional será amplamente debatido durante o P3C. O evento, que reúne especialistas e líderes do setor, será uma oportunidade para discutir o futuro das concessões, além de novas oportunidades de investimento em infraestrutura logística no Brasil.