Com recordes de investimento e novas tecnologias emergindo, o setor rodoviário enfrenta a necessidade de atrair novos players e superar obstáculos em concessões cruciais

O setor de rodovias no Brasil vive um momento dinâmico, com uma série de desafios e oportunidades no contexto das parcerias público-privadas (PPPs). Recentemente, o volume de rodovias leiloadas tem sido expressivo, com o governo federal e governos estaduais avançando em projetos de concessão que visam melhorar a infraestrutura rodoviária e atrair investimentos significativos.

Um exemplo é o recente edital publicado pelo governo de São Paulo para a concessão de 460 quilômetros de rodovias na chamada Rota Sorocabana. Com o leilão previsto para o final de outubro, este projeto representa um investimento de R$ 8,7 bilhões ao longo de 30 anos. Esse tipo de iniciativa não só visa melhorar a infraestrutura existente, mas também modernizar a gestão rodoviária, integrando novos trechos e ampliando a capacidade das estradas com obras de duplicação, faixas adicionais e marginais.

A nível federal, o Ministério dos Transportes planeja realizar 13 leilões de concessão de rodovias em 2024, com potencial para injetar até R$ 122 bilhões em investimentos privados. Esses projetos abrangem concessões em seis estados, incluindo Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro e Rondônia, além de trechos estaduais em Goiás e Paraná. No total, o plano do governo federal envolve 60 projetos estruturantes, com 35 concessões rodoviárias planejadas para os próximos quatro anos.

Esse volume crescente de concessões reflete o empenho do governo em melhorar a infraestrutura de transporte, visando não apenas atender à demanda crescente por escoamento de safra e mobilidade urbana, mas também alcançar um índice de conservação de rodovias satisfatório. Entretanto, o sucesso desses leilões depende do apetite dos investidores, que pode variar de acordo com a atratividade dos projetos e os modelos de concessão propostos.

Além disso, a tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais importante nas novas concessões. A implementação do sistema de cobrança eletrônica Free Flow, que elimina a necessidade de praças de pedágio físicas, é um exemplo de como a inovação está transformando a gestão rodoviária. Esse sistema não só melhora a fluidez do tráfego, mas também reduz custos operacionais e pode ser um diferencial competitivo nas futuras concessões.

Por outro lado, a necessidade de novos players no mercado de concessões rodoviárias é evidente. À medida que o volume de projetos cresce, há uma demanda por empresas que possam trazer novas soluções e garantir a viabilidade financeira desses empreendimentos. A entrada de novos operadores, inclusive internacionais, pode ser uma resposta à crescente oferta de concessões.

Outro ponto importante é a concessão de terminais rodoviários, que, embora menos frequente, representa uma oportunidade de modernização e melhoria dos serviços oferecidos aos usuários. A concessão desses terminais pode atrair investimentos em infraestrutura, proporcionando melhor atendimento e conforto aos passageiros.

O setor de rodovias no Brasil está em um período de transição e expansão, com grandes oportunidades para investimentos privados por meio de PPPs. No entanto, o sucesso desses projetos dependerá da capacidade de adaptar modelos de concessão às novas realidades, incorporar tecnologias inovadoras como o Free Flow e atrair novos players para garantir a competitividade e sustentabilidade do mercado rodoviário.

Esse tema será amplamente discutido no evento P3C25, que reunirá especialistas do setor para debater os desafios e oportunidades no mercado de PPPs e concessões rodoviárias. Para mais detalhes sobre a programação e os painéis, acesse: https://p3c.com.br/

Sobre o P3C

Organizado pela Necta, com correalização da B3, da Portugal Ribeiro & Jordão Advogados e do Estadão Blue Studio, o P3C é especializado no mercado de PPPs e Concessões com foco nos investimentos em infraestrutura no Brasil envolvendo empresas, entidades e governos com a missão de envolver essa cadeia para debater sobre a colaboração entre os diferentes atores, com a finalidade de encontrar alternativas para tornar o ambiente de negócios mais previsível e seguro para os investidores no Brasil seguindo critérios ambientais, sociais e de governança.

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